quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Projeto “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar” foi Aprovado

O Projeto “Das Roças e Florestas dos Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar” que também passamos a chamar de NUTRE Nordeste, foi aprovado pelo MDA.

É um Projeto construído a muitas mãos e gestão cooperativa entre a AGENDHA, a Iniciativa Caatinga Cerrado, Organizações de PCTAFs, a SAF/MDA, a CEX/DEX/SEDR/MMA, o PNAE e outros Organismos que atuam no campo das ações do Projeto.

A base para nossa iniciativa foi a Lei nº 11.947/2009 , que determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação escolar, na compra de produtos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas (de acordo com o Artigo 14).

Neste sentido, o objetivo geral é prestar serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), junto a Associações e Cooperativas de Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar, visando à comercialização e gêneros alimentícios para a alimentação escolar e específicos:

  • O desenvolvimento das iniciativas necessárias para que, as Associações e Cooperativas de PCTAFs (Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura familiar) da Região Nordeste, forneçam de forma continuada e com a qualidade necessária, gêneros alimentícios para o PNAE;

  • Promoção de ações apropriadas para que os/as Gestores Públicos Municipais e Estaduais responsáveis pelo desenvolvimento do PNAE, possam adquirir pelo menos 30% dos gêneros alimentícios oriundos das Associações e Cooperativas de PCTAFs da Região Nordeste.

Para o desenvolvimento do projeto foram construídas coletivamente as seguintes Metas:

META 1 - Estabelecer Rede Implementadora do Projeto visando a estruturação de processos sustentáveis de gestão e comercialização;

META 2- Realizar levantamento para a constituição dos Pólos Fornecedores e diagnósticos nos Pólos Fornecedores e Compradores;

META 3 - Realizar atividades de qualificação fiscal, tributária e sanitária, dos empreendimentos dos Pólos Fornecedores da Agricultura Familiar e de seus produtos;

Meta 4 - Organizar Sistema de Distribuição de Gênero Alimentícios da Agricultura Familiar dos Pólos de Produção para atender a demanda dos Municípios Compradores;

META 5 - Realizar ações visando a sustentabilidade da comercialização e distribuição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar dos Pólos Fornecedores para os Municípios Compradores, após as Chamadas Públicas.

Esperamos com os nossos esforços coletivos, em 02 anos, os seguintes resultados:

Em relação ao sucesso da política pública instituída pela Lei 11.947/09:

  • Aumento da visibilidade da produção da agricultura familiar nos grandes centros urbanos;
  • Aumento da visibilidade da agricultura familiar como empreendedora competente para acesso aos diferentes mercados;
  • Promoção da viabilidade da lei 11.947/09 inclusive para os grandes centros urbanos.

Em relação ao fortalecimento da agricultura familiar:

  • Acesso ao mercado institucional com perspectiva de continuidade após o fim do projeto;
  • Formação de competências para a comercialização;
  • Adequação dos produtos às exigências fiscais, sanitárias e legais para a comercialização para mercados institucionais e não institucionais;
  • Geração de renda com perspectiva de continuidade após o fim do projeto;
  • Maior organização da agricultura familiar com a finalidade da comercialização.

Em relação às diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar:

  • A melhoria da qualidade, diversificação e sabor da alimentação escolar;
  • A valorização, aquisição e inclusão de produtos da sociobiodiversidade de PCTAFs;
  • O desenvolvimento e a adoção de novos cardápios, mais regionais;
  • O estímulo à adoção de novos hábitos alimentares pelas/os estudantes e suas famílias;
  • Abordagem diferenciada do alimentar como ato ecopedagógico.

Será um grande desafio e seu sucesso dependerá não somente da AGENDHA, mas de todas as pessoas e instituições que além de acreditarem, fazem o possível para que as potencialidades da sociobiodiversidade e da agricultura familiar sejam fortalecidas e viabilizadoras de uma alimentação cada vez mais saudável nas escolas.